Articulação Mobilidade Popular

A Articulação Mobilidade Popular surge como espaço de encontro de agendas em torno da mobilidade urbana em sua diversidade, em especial de ativistas da ciclomobilidade e de pesquisadores e militantes pelo transporte público coletivo e da tarifa zero.

O encontro foi impulsionado pela I Feira da Mobilidade Sustentável (2022), promovida pelo Fórum da Mobilidade Ativa de Curitiba, na qual foi lançada o Carta Compromisso pela mobilidade sustentável no Paraná e o material “Existe busão de graça no Paraná!”, que busca demonstrar a viabilidade de implantação de sistemas de gratuidade no transporte público coletivo.

Em seu processo de articulação, tivemos também a influência das pedaladas em torno da democracia (contra nova eleição de Bolsonaro), que passaram a figurar como uma forma criativa e inovadora de mobilização e ocupação das ruas da cidade em torno de pautas que não sejam necessariamente a própria agenda da bicicleta.

A necessidade de promoção da articulação veio da percepção da fragmentação das agendas em torno da mobilidade, cujas organizações políticas tendem a trabalhar de forma setorializada, dentro do debate da ciclomobilidade ou da tarifa do transporte público, por exemplo. A partir desse diagnóstico, acreditamos que a mobilidade deve ser vista como problema estrutural, articulando-se todas suas facetas, a partir do princípio transversal da igualdade no acesso à cidade.

A mobilidade vem assumindo cada vez mais centralidade como condição do bem estar social, em especial nos centros urbanos, não por outra razão o transporte foi alçado à categoria de direito social constitucional (Art. 6º da Constituição Federal) e vem ganhando espaço e avançando em legislação a discussão sobre mobilidade sustentável. A mobilidade sustentável deve ser compreendida sob três perspectivas: a social, a econômica e a ambiental.

Do ponto de vista social, o crescimento das cidades e o processo de periferização, seja dentro de cada município ou nas regiões metropolitanas e modelo de urbanização espraiado geram uma demanda de deslocamentos incessantes, que muitas vezes implicam em aumento da jornada de trabalho. Além do tempo perdido em deslocamentos, que afeta em especial os moradores de regiões periféricas, o custo com deslocamentos tem crescido progressivamente, vindo a somar ao lado dos aluguéis em um dos principais custos que comprometem a renda da população. Nesse sentido, é fundamental pensar na integração equitativa dos lugares, prezando em primeiro lugar pelo transporte público de qualidade e acessível e pela intermodalidade.

 

Princípios norteadores:

1 – Busca do acesso igualitário às cidades e suas benesses

2 - Tarifa Zero como princípio de progressividade

3 – Justiça Socioambiental

4 – Prioridade sobre as soluções coletivas

5 – Desestímulo aos veículos automotores individuais

 

Objetivos:

1- Reflexão programática, desenvolvimento de políticas públicas para a mobilidade

2 - Assessoria territórios periféricos

3 - Transporte público coletivos e análise de concessões

4 – Acompanhamento e incidência na elaboração de planejamento e planos setoriais nas diversas instâncias de governo

5 - Formação e compartilhamento de saberes técnicos

6 - Mobilização, fortalecimento e ampliação das agendas de mobilidade


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